sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

terça-feira, 15 de maio de 2012

Matéria publicada no G1 Piracicaba




G1





Vítima de bullying, paraense cria em Piracicaba centro pioneiro de apoio



Magreza excessiva fez ele ser motivo de piada na escola e na própria casa.
Há 3 meses, Elson dá aulas de arte e palestras a quem sofre mesmo drama.

Eduardo GuidiniDo G1 Piracicaba e Região
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Bullying é o assunto de várias palestras e aulas do paraense (Foto: Arquivo Pessoal)Bullying é o assunto de várias palestras e aulas do
paraense em Piracicaba (Foto: Arquivo Pessoal)
O professor e ator paraense Elson Ferreira Viana, de 46 anos, sofreu bullying durante a infância e a adolescência. As dificuldades enfrentadas na época, quando ainda morava em Belém (PA), o motivaram a criar o Centro de Apoio às Vítimas de Bullying (Cavibu), emPiracicaba (SP), uma iniciativa pioneira na cidade. Há um ano no município, Viana colocou em prática um sonho antigo e fundou o projeto há três meses.
O Cabivu oferece gratuitamente apoio para qualquer pessoa que enfrente dificuldades iguais ou semelhantes às de Viana. Por meio de palestras sobre o assunto, aulas de teatro e oratória, o ator usa a experiência própria para ajudar outras pessoas. "A pessoa que sofre bullying cresce com essa vontade de se vingar. Eu falo com emoção sobre isso, pois é uma missão para mim", completou.
Viana ainda não tem estatísticas de casos em Piracicaba, mas conta que já tem um público rotativo que frequenta a sede da organização. Além disso, Viana promove palestras e aulas sobre o tema em escolas.
Experiência
A magreza excessiva fez com que Viana fosse motivo de piada na escola e na própria casa. "Eu era realmente muito magro e os colegas de escola me colocavam apelidos. Pior que isso, tios meus também colocavam apelidos em mim por causa dessa magreza. Tem gente que não liga, mas a maioria fica incomodada. A pessoa quando sofre bullying passa por isso, muita vezes calada, e fica introspectiva", disse o paraense.
O paraense utiliza as história que já presenciou para tratar do assunto com crianças e adolescentes que passam pelo mesmo problema. "Lembro da história de uma menina de 10 anos, que apanhava das colegas constantemente em uma escola de Belém. Ela era negra e muito boa aluna, o que despertou a inveja de algumas meninas. Ela sempre usava apetrechos no cabelo e, um dia, essas meninas a pegaram na rua e arrancaram esses apetrechos. Pouco tempo depois, ela levou uma faca para a escola e quase feriu uma dessas meninas", lembra.
Paraense usa a internet e as mídias sociais para divulgar trabalho (Foto: Arquivo Pessoal)Viana utiliza a internet e as mídias sociais para na
divulgação do trabalho (Foto: Arquivo Pessoal)
"Na escola sempre tem esse tipo de coisa. Falam e ficam tirando sarro da franja no cabelo de um menino. Todo mundo coloca apelido em todo mundo. Há gente que não goste e se irrita, mas isso acaba sendo pior. Quando alguém não gosta de uma brincadeira ou um apelido é pior. Qualquer coisa pode ser motivo para que os colegas peguem no pé de alguém", comentou o aluno de uma escola particular de Piracicaba, de 12 anos.

Trabalho voluntário
Em uma época em que o bullying é amplamente debatido e colocado em evidência nas discussões, Viana agora busca parceiros para levar o projeto adiante e torna-lo cada vez maior. "O projeto está bem no início, mas a vontade é muito grande. Ainda não tenho uma boa estrutura, mas com o tempo, quero que um psicopedagogo, um terapeuta, profissionais que possam e queiram ajudar se juntem a mim nessa luta contra esse mal", finalizou.
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